sábado, 21 de maio de 2011

Uma árvore cada vez mais presente em Portugal, mas originária da Austrália!

Ultimamente tenho estado mais atento á nossa Biodiversidade, as nossas florestas, animais, no fundo á nossa beleza natural e temos muita acreditem.
 Áreas enormes da nossa floresta são abatidas para a produção de pasta de papel, através do Eucaliptos, uma árvore lindo na minha perspectiva, imponente, esguia e cheirosa, mas tendo um mínimo de conhecimento geral, sabendo que não são oriundas destes lados e que koalas só na Austrália senti que algo não estaria certo, vendo com mais atenção e pesquizando melhor, eis que a desconfiança torna-se numa verdade horrível.
O eucalipto é uma espécie folhosa originária da Austrália e foi introduzido em Portugal há quase duzentos anos com o intuito de promover a drenagem dos solos pantanosos, visto tratar-se de uma espécie de elevada capacidade de absorção de água.
Em condições climáticas favoráveis pode atingir no território do continente entre 45 e 60 m da altura e produzir mais de 30 m3 de lenha por hectare e por ano.
Mas nem tudo é bom, como sendo uma espécie invasiva foram detectadas modificações nos valores de características físicas do solo, nomeadamente na densidade, porosidade, compactação e permeabilidade para a água.
O Eucalipto caracteriza-se por imobilizar elevadas quantidades de nutrientes na biomassa. O nutriente imobilizado em quantidade mais elevada é, o cálcio. Contudo, o processo de decomposição das folhas de Eucalipto é rápido e liberta durante o primeiro ano a maior parte do potássio e do magnésio. O cálcio é libertado lentamente já o azoto e o fósforo apresentam comportamentos intermédios.
Mas é no ciclo hidrológico que o Eucalipto mais afecta as nossas terra e florestas.
Foi realizado um trabalho sobre as influências hidrológicas dos Eucaliptos em Portugal.
“Os resultados parecem sugerir que os consumos locais, por evapotranspiração, são mais baixos nos montados de sobreiros e no mato de esteva, e mais elevados nos eucaliptos, nomeadamente quando a armação do terreno é em terraços. Constata-se que as raízes do eucalipto são superficiais e só uma delas, o espigão, penetra mais profundamente na rocha. Este facto faz com que a absorção de água se dê preferencialmente nas camadas mais superficiais.”
Na região de Odemira, onde se constatou que a maior parte das fontes existentes na Serra de Ossa, das catorze fontes observadas apenas três forneciam um caudal aceitável, cerca de 400 l/h, para a época do ano (Maio/Junho). As restantes estavam secas ou apresentavam um caudal muito pequeno, Revela um estudo realizado.

Segundo os habitantes de algumas zonas, quando numa determinada área do Eucaliptal se realizam cortes de árvores, pouco tempo depois (cerca de um ou dois anos) há um aumento considerável do caudal das fontes.
Também com a plantação de Eucaliptos as populações originais foram “obrigadas” abandonar os seus terrenos, deixando essas estruturas ao abandono, pelo que hoje se pode observar o aspecto degradado que na sua maioria apresentam.

Tendo em conta os factos, os eucaliptos têm grande influência sobre os recursos hídricos subterrâneos por serem plantados em regime muito denso. Numa floresta densa, a evapotranspiração é muito mais elevado que a infiltração o que contribui grandemente para o empobrecimento do solo em água e para uma redução significativa da mesma na zona de água subterrânea que circula sobre a rocha mais compacta.

"O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) quis classificar o eucalipto como espécie invasora ou com risco ecológico, ou seja, como uma árvore que põe em risco o equilíbrio ecológico, o que iria impor uma série de restrições ao seu uso, mas há cerca de um mês e sem revelar os motivos, optou por abandonar a proposta. Fonte oficial do ICNB confirma a proposta, mas garante, sem adiantar qualquer justificação, que a ideia já foi abandonada.
O eucalipto é uma espécie rapidamente consumida pelo fogo o que torna-a um perigo para a nossa floresta e de acordo com dados oficiais, é actualmente a árvore mais presente em todo o país, segundo um estudo feito, a pedido da Autoridade Florestal Nacional, pela Liga para a Protecção da Natureza indica que 26 por cento da floresta portuguesa é ocupada por Eucaliptos."

Na minha opinião é uma vergonha que a indústria de pasta de papel controle as nossas florestas, nem mesmo o facto de termos uma suposta política que cela pelas florestas portuguesas consegue fazer frente aos interesses económicos.
As nossas florestas estão-se a modificar completamente, pondo em risco toda Biodiversidade nela existente, fiquem a saber que na Europa somos dos países com maior riqueza natural, flora e animais, belos e únicos no mundo que estão em risco por um interesse absurdo, é óbvio que a produção de pasta de papel é um contributo enorme para a nossa economia, sem ela iriamos ressentir bastante, mas porque não uma política de controlo ou de demarcar locais específicos para a plantação do Eucalipto para protegermos a nossa floresta? Tudo isto terá uma factura, um preço que será bastante caro e iremos pagar a longo prazo.

Carvalho Português



O carvalho português ou cerquinho (Quercus faginea) tem um tamanho médio, não ultrapassando os 20 m de altura, é uma árvore de folha caduca ainda que esta queda seja tardia sendo, por isso, denominada árvore de folha marcescente, as suas folhas são simples, alternas com estipulas largas e estreitas. A raiz é constituída por uma raiz maior, a principal ou gavião, e por várias raízes secundárias, responsáveis por uma boa fixação ao solo e responsáveis também pela absorção de nutrientes. Em simbiose com hifas de fungos, formam micorrizas, sistemas que agem em conjunto na absorção de nutrientes do solo.
Contudo, ao fim de longos anos, deixa de crescer e prossegue com pequenas florações e frutificações de sementes. Aproxima-se o seu fim. As raízes deixam de absorver o necessário ao seu crescimento e manutenção; a copa não expõe grande parte das folhas ao sol e o tronco não pode suportar cargas cada vez maiores. Pior alimentada, é alvo de fungos e outras infestações que a debilitam, perfurando-lhe o tronco, transformando-o em celulose sem resistência. Acaba por tombar, vencido pelos anos.
As flores masculinas existem em grande número e estão dispostas em grupos sobre largos amentilhos pendurados mas pouco firmes. As flores femininas são solitárias, estando dentro de uma cúpula. A floração ocorre entre Abril e Maio, usualmente antes da azinheira.
Os frutos são bolotas cilíndricas que nascem em pedúnculos curtos, com uma cúpula de escamas, amadurecem e disseminam-se por Setembro e Outubro.
O carvalho tem a sua origem em Portugal, Espanha e Norte de África. No nosso País é mais comum no Centro e Sul. Em Portugal esta espécie sofreu um grande declínio no século XX, ocorrendo sobretudo em pequenas manchas isoladas.
Os carvalhos portugueses ou cerquinhos são árvores de crescimento lento que, de uma forma simplificada. Desempenham um papel importante como espécie estreme de alguns solos bastante degradados e dos calcários, que são limitantes para a maior parte das espécies arbóreas e arbustivas.
O facto das suas bolotas amadurecerem antes das da azinheiras, torna-o muito importante como fonte de alimento nas explorações de porco de montanheira. Mas, de um modo geral, as suas folhas e frutos são utilizados como alimento para o gado em períodos de maior carência dos pastos, também a madeira do carvalho português é muito boa para a construção, sob a forma de vigas. É igualmente adequada para lenha e carvão.

Curiosidades

 A infusão do pó da casca alivia as diarreias, disenteria e dispepsia. Gargarejada, combate as infecções da boca e garganta. Em uso externo, trata problemas vaginais e hemorróidas. Usada também em banhos oculares e como loção para peles irritadas.
 As bolotas podem torrar-se e moer-se, servindo como café.

Conheça Algumas Das Espécies Autóctones Da Floresta Portuguesa
 
Amieiro – Alnus glutinosa
Azereiro – Prunus lusitanica
Azinheira – Quercus rotundifolia
Carvalho-Alvarinho – Quercus robur
Carvalho-Anão – Quercus lusitanica
Carvalho-Negral – Quercus pyrenaica
Carvalho-Português (Cerquinho) – Quercus faginea
Castanheiro – Castanea sativa Miller
Choupo-Preto – Populus nigra
Oliveira – Olea europea L.
Pinheiro-Bravo – Pinus pinaster
Pinheiro-Casquinho – Pinus silvestris
Pinheiro-Manso – Pinus pinea
Queijigo – Quercus canariensis
Salgueiro-Branco – Salix alba
Sobreiro – Quercus suber

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Giuseppe Arcimboldo



Foi por acaso que fiquei a saber sobre Giuseppe Arcimboldo um pintor italiano, foi numa apresentação de umas pinturas onde mostraram a pintura “Primavera”, depois foi só pesquisar, achei interessante e aqui está.
Giuseppe Arcimboldo iniciou os seus trabalhos em Milão, mas atingiu a fama em Bilbau, sob a protecção do Imperador Rudolph I.  
As suas obras principais incluem a série "As quatro estações", onde usou, pela primeira vez, imagens da natureza, tais como frutas, verduras e flores, para compor fisionomias humanas. A ideia de reproduzir as estações como pessoas já era usada desde a época dos romanos, no entanto Arcimboldo foi o pioneiro na utilização de vegetais de cada época, na composição de rostos humanos.“Primavera”, “Verão”, “Outono” e “Inverno”, nestas, o artista fez referência ao género do retrato, preservando a opulência do retrato cortesão, mas construiu os personagens a partir de imagens da fauna e da flora, elementos que, no século XVII, estariam presentes no novo género da natureza morta. A diversidade de possibilidades de interpretação a partir das composições "estranhas" de Arcimboldo é um dos motivos que levaram, durante muito tempo, ao seu esquecimento pelos historiadores.
Existe em sua Obra uma identidade dual, tanto no jogo visual que proporciona - bastante explicito na obra “O Cozinheiro”.Assim como foi com a maioria dos artistas maneiristas, após a morte de Arcimboldo o interesse por sua obra diminuiu, chegando quase ao esquecimento, talvez pela estranheza que podem causar as suas imagens.
Foi apenas no século XX que este e outros maneiristas foram resgatados, recebendo a atenção e o valor que merecem.
deixo-vos com algumas das suas obras.